E Se os Gatos Sumissem do Mundo?
Reflexões sobre o livro de Genki Kawamura Há cerca de um ano, compramos duas canecas, uma branca e outra preta, na The Coffee — uma cafeteria brasileira inspirada no minimalismo japonês. A preta era minha favorita. Semana passada, percebi que ela havia sumido. Confesso que minha primeira reação foi de um leve desconforto. Procuramos por todos os cantos possíveis e, não a encontrando, concluímos que alguém provavelmente quebrou a caneca e “desovou” os cacos no lixo. Afinal, sem “corpo”, não há crime, certo? (risos). Consciente de que o desaparecimento da caneca preta era irreversível, logo tentei me consolar, pensando: “Menos uma coisa, Lisandre”. Talvez isso tenha sido um eco de uma tentativa antiga: viver com menos, no estilo Marie Kondo. Confesso que a experiência foi curta. Descartar roupas, sapatos e utensílios de cozinha foi fácil. Mas, quando cheguei à biblioteca, a tal “arrumação” acabou definitivamente. Não consigo desapegar de livros. Há algo neles que vai além do objeto ...